quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Uma que adoro do Mestre Vinicius, um dia vou conseguir decorar ...

O Operário Em Construção
Vinicius de Moraes
Composição: Vinicius de Moraes

E o Diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o Diabo:
– Dar-te-ei todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue e dou-o a quem quero; portanto, se tu me adorares, tudo será teu.
E Jesus, respondendo, disse-lhe:
– Vai-te, Satanás; porque está escrito: adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás.
Lucas, cap. V, vs. 5-8.

Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.

De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.

Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
– Garrafa, prato, facão –
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.

Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.

Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
– Exercer a profissão –
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.

E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.

E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:

Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.

E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.

Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
– "Convençam-no" do contrário –
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.

Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!

Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.

Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
– Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.

Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!

– Loucura! – gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
– Mentira! – disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.

E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.

Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.

Essa poesia eu tinha escrito no meu caderno, que se perdeu no limbo, hoje, vasculhando a minha memoria consegui lembrar algumas coisas, nao muito...

praticamente só a primeira estrofe ficou igual ao original, mas eu gostei do resultado. Vou tentar fazer isso com as outras q lembro alguma coisa.

Sagitarius

Fogo
No fogo
Paixão...
A hesitação...
Em um segundo cai ao chão
Corpos em combustão
Queimam no calor, em fração,
De segundos,
Que sem percebermos viram minutos,
E por milagre
Nem tão cedo, mas também não tarde,
Vejo-me completado

Beijos com gosto de aventura
Olhares que dizem tudo, tudo,
Palavras que não acabam mais...
As bocas se calam só por alguns segundos,
Mas nunca param,
Não quando estamos,
Em combustão...

O calor de mil sois,
Sorrisos que aquecem a alma,
Palavras sussurradas ao pé do ouvido,
Acompanhadas de chocolates e sorvete,
E risos, muitos risos,
E muito amor, sempre muito amor
Porque o fogo,
Quando encontra a água chia,
Quando encontra o ar se extingue,
Quando encontrar a terra se acaba,
Mas quando encontra o fogo,
Cresce e cresce
E esquenta cada vez mais
Dois corações que precisam muito de calor...
Sagitarius, se amando
Na era de Aquarius...

putz!

PUTZ!! acho q o post anterior foi o maior que já escrevi aki, assim de inspiração, um recorde, em 3 minutos... to escrevendo esse só pra encher lingüiça mesmo, e também bater o recorde de mais textos postados... acho que adoro recordes... acho que adoro meu blog, assim como adoro postar, como adoro escrever kkkk ta bom, não vou começar com isso. Como disse, só pra lembrar, tudo aki é ficção ou fricção!

Jose, vacilao...

Era uma manha chuvosa. Já acordou ouvindo o barulho da chuva e isso o irritava profundamente. Olhou para o lado. 05h01min marcava o relógio. O dia, 29/02/2009. A muito esperava por esse dia. Levantou, segurando as cobertas sentiu a umidade do ar. Olhou pelas janelas, ainda sem se levantar da cama, e viu a forte neblina que pairava no céu. Rangendo os dentes de raiva, pois detestava o frio, assim como detestava a chuva, assim como detestava acordar cedo de manha e ver, ou melhor, não ver nada, pois é impossível enxergar alguma coisa com essa neblina toda, e corre-se o perigo de morrer atropelado por um caminhão desgovernado, como ele sempre dizia. Mas a verdade, é que ele detestava muita coisa... quase tudo mesmo... Na verdade, se você lhe pergunta-se assim de surpresa, do que ele gostava, não teria o que respoder , a não ser talvez, o fato de adorar detestar de tudo. O que é uma coisa lamentável, pois ninguém é feliz detestando tudo. Todo mundo precisa gostar de alguma coisa, ter um hobby, sei lá, alguma válvula de escape, algo para se distrair, fazer parar de pensar, fazer a vida valer a pena, fazer você agüentar o chefe incompetente, a professora burra, a namorada que não para de falar no seu ouvido enquanto você simplesmente quer ver o jogo do flamengo e não que ouvir ninguém, nem sua mãe, nem sua namorada, nem o Galvão Bueno falando besteira. Mas, bem... esse era o caso... o cidadão, que até agora ninguém sabe o nome, mas que se chama José só pra esclarecer, era muito infeliz, e isso se devia a sua atitude negativa diante da vida, de detestar muitas coisas e não gostar de nenhuma, e ele estava muito errado nisso, a não ser pelo fato de que ninguém deve ficar feliz por acordar as 05h01min da manha. Porem, o fato era que acordou tão cedo, as 05h01min da manha, para estar no tribunal as 08h45min. Sim, e verdade, ele acordou cedo de mais, porem o tribunal era longe da sua casa, os ônibus sempre atrasavam e ele detestava chegar atrasado, assim como detestava ônibus lotado, como detestava andar na cidade em dia de chuva, com aquele monte de gente lerda, como ele dizia, que fica andando de baixo da marquise de guarda-chuva pingando na nossa cabeça, como detestava a poluição do centro, como detestava... tudo, como a essa altura vocês devem saber... Ha! Quase esquecendo, como detestava jovens, jovens mal educados, jovens loucos, jovens maconheiros, como o Jose dizia... Especialmente os jovens do andar de cima, sempre saindo, e entrando, e chegando tarde, e trazendo gente pra dentro do apartamento, e rindo... RINDO!! Isso enfurecia o Jose... queria deixar ele puto? Era só soltar uma gargalhada... acabou o dia... E esse era o motivo, de Jose acordar tão cedo, numa manha tão fria, com tanta neblina, para ir ao tribunal. Os jovens do andar de cima, que o infernizavam!! Tanto fizeram, ate que ele decidira processá-los. Mas isso não de uma hora para outra, antes ele tentará tudo. Conversou com todos os moradores do prédio sobre o problema com os maconheiros do 702, chamou a policia em diversas ocasiões, ligou para o sindico para reclamar, dia após dia, pensou até, em ir até lá e conversar pessoalmente e pedir para que diminuíssem o barulho e a musica, mas não, ele nunca se rebaixaria a esse ponto. O José falando com os maconheiros? Nunca, ele detestava maconheiros, assim como detestava macumbeiros, pipoqueiros e confeiteiros, homem na cozinha? É coisa de bicha, dizia. Detestava as bichas também, por sinal. Então por todos esses motivos, seu Jose acordou as 05h01min, numa manha fria e com neblina, para ir ao tribunal, onde movia uma ação contra os maconheiros do 702. Ele não demorou para se arrumar, pois na verdade já havia dormido de banho tomado, vestido, de terno, gravata, sapato e tudo, e seu café já estava pronto numa garrafa térmica, junto te uma torrada onde ele havia previamente passado uma fina camada de manteiga, da mais barata, pra economizar. O café estava meio frio e a torrada com um gosto estranho, oque não serviu para melhorar o animo do José, mas como ele nunca era bem humorado mesmo, era impossível de se notar a diferença. Após reclamar de alguma coisa sem muita importância, saiu apressado pela porta. No corredor viu a filha de 17 anos dos vizinhos da frente, abrindo a porta nas pontas dos pés, o que o deixou extremamente irritado, pois detestava toda essa liberdade que a juventude tem hoje em dia, passou por ela e disse um "Bom Dia" bem alto, seguido de uma serie de tossidas bem altas, capazes de acordar ate um urso dormindo em uma caverna do outro lado da rua, e seguiu para o elevador. Apertou o botão e esperou. E esperou. E esperou. E nada. Começou a ficar irritado. Detestava esperar. Andou de um lado para o outro. Essa hora, seu coração já batia muito rápido, devido ao alto numero de irritações que teve desde que acordou a exatos 08h37min minutos atrás. O elevador parou. Ele houve o barulho e a luz acendeu. E ele andou ate a porta. Mas a porta não abriu. E ele esperou. E esperou. E esperou. E esperou mais um pouco... E nada. Ele ficou bem irritado, pois detestava esperar, detestava quando as coisas não funcionavam, detestava descer os seis andares pela escada. Jose começou a pensar se tudo isso não tinha sido má idéia desde o inicio. Se não estava procurando problema à toa, se só o que tinha passado nos últimos 09h37min minutos já não faria toda essa historia não valer mais a pena. Quase pode ouvir uma voz sussurrando no seu ouvido. “Não vá, volte para cama”. Pensou se não seria um anjo lhe dando um conselho. E como ele ficou bravo! Detestava essa historia de anjo, de espíritos, de fantasmas, assim como detestava quase tudo. Resolveu não esperar mais e partiu em direção a escada, para descer pelo caminho que detestava. Desceu os seis andares e chegou ao térreo já meio suado, andou até a saída para a rua. Quando atravessou a porta, deu três passou e ouviu um barulho vindo do alto como um zunido e pensou: “os maconheiros fazendo merda de novo” e esse foi seu ultimo pensamento antes de morrer atingido por um piano caído do 7º andar. Não sei se foram os maconheiros ou as bichas que jogaram o piano, ou se tudo não foi um acidente, mas nesse dia, alguém fez um grande bem para a humanidade.

SOL

Agora faz frio, é noite...
Sinto falta do SOL...
È tao bom, o SOL da manha, ou o SOL na praia, ou o por do SOL...
SOL, de qualquer forma é bom...
Deixa a pele bonita,
Alimenta as plantas,
Nos alimenta,
Nos deixa agente com aquela cor bonita...
É provado cientificamente (minha frase favorita)que o SOL,
Deixa as pessoas mais felizes...
Agora, fico mais feliz só de lembrar do SOL...
Coitados dos vampiros... vidinha triste...
Nunca mais ver o SOL... coisa loca...
bem... mais eles podem beber sangue, ao menos...

o Amor!

Tema mais batido... o amor...
Não, desculpe... o Amor....
Batido e dificil... o coisinha complicada...
Tudo ja foi dito, tudo ja foi escrito...
E até hoje ninguem entende
e tem gente que nunca conheceu o amor...
Tambem não sei se estão perdendo muita coisa...
Acontece, que o Amor deixa agente calejado...
Acho que acontece com todo mundo...
É não tem aquele negocio de historia de Amor...
Uma hora você acaba se machucando com o Amor...
Mas...
Mas..
Mas.
Não da pra reclamar ne?
Quem não gosta de Amar?
Tem coisa melhor?
Que ouvir a voz da pessoa amada?
Sentir seu cheiro?
Seu calor no meio da madrugada?
Seu carinho?
Seu gosto?
Graças a deus, Amo muito...
Assim mesmo, deus e Amor
Porque perto do Amor, até deus é pequeno...
Porque o que chamamos de Deus ou Paz ou Felicidade, nada mais é que Amor
Sofro muito
Mas Amo muito
Queimo...
me queimo...
Mas teimo...
Em Amar...
Apesar do medo de queimar...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O ODIO!

Como diz mestre yoda, a raiva leva ao sofrimento, que leva ao odio, que leva ao lado negro... ou algo assim. Coisa esquisita o odio... algumas das pessoas que mais amei, foram também as que mais odiei... como isso é possivel? Ja ouvi dizer que é muito mais facil odiar alguem que se ama, do que simplesmente deixar de amar. Talvez seja... eu não acho. Da trabalho odiar... não gosto... Mas as vezes não consigo. Tenho muita raiva, muito odio... e isso me faz sofrer muito. Sempre tive odio das coisas, do mundo, das pessoas, da sociedade... SOCIEDADE!!! SOCIEDADE!!! .... merda de sociedade... pra que precisamos dela? Porque não somos como os caes? porque simplesmente não cheiramos o rabo uns dos outros, transamos com nossas irmas, tias, maes? Porque não nos preocupamos simplesmente em comer, dormir, brincar e fazer filhotes? Vocês as vezes não sentem que as artes, a literatura, a guerra, tudo isso que nos faz humanos, não serve pra muita coisa? Ou é só comigo? Só eu tenho vontade de ser um cão, ou poeira espacial, ou qualquer outra coisa que não humano? Sinto tanta raiva... tem gente que amei a ponto de achar que não poderia respirar sem a pessoa, e hoje... hoje tudo que desejo a essa criatura é um fim para sua existencia imunda, da forma mais cruel que posso imaginar... Um monstro??? eu??? não, só humano...