sábado, 2 de janeiro de 2010

vambora por ai...

Então é isso, continuo perdido,
Com a língua cheia de farpas,
O coração rodeado de espinhos...
A cabeça cheia de sonhos vazios...
Derrepente
O amor era mais nada,
Andando debaixo do sol,
Ouvindo o som do mar,
Esqueço o que acabou antes de começar
Vejo onde estou
Lembro onde quero estar...


Quem nasce vazio,
Vive procurando um sentido,
Alguma terra pra colocar os pés...
Qualquer coisa firme e sólida para onde voltar...
Algo para chamar de lar...

Algo que lhe faça levantar de manhã,
Sorrir de verdade, para você,
Não para os outros...
Algo pelo que viver,
Algo para se preencher...

Então, na vida já nos cobraram tanto...
Eu já cobrei tanto...
Agora não cobro, peço,
E pedindo espero,
Que você simplesmente esteja aqui,
“Pega na minha mão e vambora por ai...”

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Falta ar

E simplesmente a garganta fecha
Falta ar, as pernas não querem andar,
A cabeça, nem se fala,
Não sei se posso dizer que pensa ainda...
Cada memória é um arranhão,
Dor...
Do peito se espalha pelo corpo,
Sobe para a cabeça,
Desce para o estomago,
E não passa...
Nunca passa...

O tempo passa...
Mas a dor não...
Logo os dias viram semanas,
Semanas viram meses que viram anos...
E então passa uma vida...
E o único sentido é fugir de mim mesmo
O mais rápido possível,
De preferência agora...

Tenho horror de estar cumprindo meu destino...
Mais horror ainda de não estar.
Todos os dias, olhando varias vezes o espelho,
Com aquele medo que ninguém entende,
De um dia talvez, ver a mim mesmo...

Pra sobreviver vou escrevendo,
O pouco que sai,
Ajuda o muito que fica aqui dentro a não me matar...
Depois de tudo isso... acho que agora,
Por uns cinco minutos ao menos vou respirar...