sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O coração sua,
Torrando em umidade e solidão
A voz fica presa na garganta, falha...
Sai em pequenas ondas tremulas,
Meio com dó de mim mesmo,
Como trapos voando ao vento,
Que ninguém vê...
Assim ficou a alma...

Minha casa que nunca foi minha,
Apenas descansei a cabeça em qualquer ombro que estivesse ali,
Sem nunca perguntar o preço,
Ou sobre os juros...
Agora pago o dividendo justo,
Sobre a pouca humanidade que me restou,
O pouco amor que sobrou,
Como raspas no fundo da panela vazia...

De resto, só eu...
Um resto do que nunca foi, só em sonhos de um lunático esperançoso,
E a devassidão, é claro!
Sempre a devassidão, anestesiando,
Dessensibilizando meu coração!
Porque aqui, nesse lugar,
Não há mais cartas de amor,
De cartas só espere receber as cobranças habituais
E alguns e-mails pornográficos.

Há muitas tramas, sem duvida,
Muitos e muitos jogos.
Mas não há:
Olhos nos olhos!
Há muitos segredos e intrigas,
Muita devassidão e calor,
Mas nunca, nunca...
Olhos nos olhos!
...
A não ser por alguns poucos segundos!
Pois mais que isso pode desabar tudo...

0 comentários: